segunda-feira, 16 de junho de 2008

Mulheres na bolsa

Branbix
Independentes e ousadas, elas ganham espaço no mercado de capitais, antes exclusivo dos homens
Por ana paula kuntz

Se você ouvir um grupo de amigas falando de bolsa, não pense que estão discutindo acessórios de moda. O tema pode ser investimento financeiro, pois as mulheres estão conquistando seu espaço no universo das finanças, tradicionalmente dominado pelos homens. Os números comprovam essa tendência mundial. Um site inglês publicou, recentemente, pesquisa revelando que as carteiras administradas por elas, na Inglaterra,cresceram cerca de 10% entre julho de 2003 e julho de 2004, enquanto eles exibiram meros 6% de crescimento. No Brasil, estudos indicam que 16% das mulheres afeitas ao cuidado com o dinheiro investem em ações. Já é quase os 20% registrados entre os homens. Os dados foram apresentados na última edição da Expo Money, feira de exposições sobre finanças. Das que passaram por ali, 64% tinham menos de 34 anos de idade, 70% não possuíam dependentes e 62% obtinham imóvel próprio. “Esse perfil reflete uma mudança cultural e social profunda”, diz Robert Dannenberg, presidente da Trade Network.
Ousadia e interesse não faltam. O que elas buscam, agora, é mais segurança para enfrentar os riscos e a instabilidade do mercado de capitais. A melhor porta de entrada, segundo Dannenberg, são os clubes de investimento. Já há alguns exclusivamente femininos. Um deles é coordenado pela consultora de investimentos carioca Sandra Blanco. Antes formado por três integrantes, o clube hoje conta com 60 mulheres de todo o Brasil, que investem em ações de 11 empresas, como Petrobras e Gerdau. O clube já passou por altos e baixos: os rendimentos mensais variaram de 11,21% a 6,65% negativo. Mas o investimento está dando lucros. Desde que foi criado, há dois anos, a expansão foi de 77%. Apesar do sucesso, Sandra garante que é difícil convencer as companheiras a investir em bolsa. “Apesar de cautelosas, elas deslancham quando entendem o negócio”, diz. Mas os clubes não são o único caminho. A Bovespa aposta no preparo da mulher para encarar sozinha os riscos do mercado. Para isso lançou o “Mulheres em Ação”, cujo foco é a educação financeira. Com palestras e cursos, o objetivo é disseminar a informação. Para quem precisar. “Os homens também são bem-vindos”, resume.

O perfil da investidora
64% têm menos de 34 anos de idade
70% não possuem dependentes
62% têm imóvel próprio

Fonte: Trade Network/ Expomony

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